A greve dos motoristas de caminhões em protesto contra os altos preços dos combustíveis começa a causar problemas mais sérios aos paranaenses. Todas as regiões do estado estão sentindo os efeitos dos bloqueios instalados em pontos estratégicos das rodovias objetivando a paralisação do transporte de cargas.
No Sudoeste do Paraná, a cidade de Pato Branco já registra a falta de combustíveis e também a diminuição dos estoques de alimentos nos supermercados. Em Francisco Beltrão os donos de postos já preveem a falta de combustíveis em breve. Em Coronel Vivida, a prefeitura determinou o racionamento do uso de veículos oficiais e fez reserva de gasolina e óleo diesel para atender ao transporte escolar e casos de emergência. Em Ampére, até mesmo a faculdade local já percebe a diminuição no número de alunos, que ficam retidos nos bloqueios nas rodovias, e avalia a possibilidade de suspender as aulas durante o período de greve. A grande preocupação da população passa agora a ser com o abastecimento de alimentos, pois a greve impede a circulação de todos os tipos de cargas.
Em todo o estado – como no resto do país – a movimentação repercute, com a adesão de outras categorias em apoio ao movimento dos caminhoneiros, e somente a ação das forças de segurança consegue desobstruir rodovias e garantir a circulação de ônibus e caminhões cujos motoristas não concordam com o movimento. Embora o governo federal tenha anunciado ontem a redução de 2% no preço do óleo diesel, a atitude não convenceu e a adesão cresce, inclusive com muitos produtores rurais engrossando as fileiras com máquinas agrícolas e manifestações contra os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, autorizados pelo governo desde o início do mês de abril.
Em Dois Vizinhos não é diferente e desde a manhã de ontem os motoristas protestam, concentrados na PR 281, saída para São Jorge do Oeste. O protesto é pacífico e não impede a circulação de automóveis, ônibus e caminhões que transportam cargas vivas. Os organizadores destacam que os impostos embutidos nos preços dos combustíveis, pneus e outros insumos estão inviabilizando a atividade e isso se reflete nos demais segmentos econômicos, prejudicando toda a cadeia produtiva. Por isso, a categoria reivindica a imediata diminuição do preço dos combustíveis. A exemplo do que acontece em outras regiões, a expectativa do movimento é angariar o apoio de outras categorias como comerciantes, prestadores de serviços, produtores agrícolas e a comunidade em geral, para que o movimento se fortaleça e a pressão sobre as autoridades seja mais eficaz.
A Câmara de Vereadores de Dois Vizinhos se solidariza com o movimento e convida toda a comunidade duovizinhense a participar, manifestando sua opinião através dos meios de comunicação locais e redes sociais, para que as autoridades se sensibilizem e adotem políticas mais favoráveis à atividade e, consequentemente, à população em geral.